Crítica ao dualismo - da independência da res cogitans perante a res extensa de Descartes - Mélanie Conceição (11ºC)
Aprecio o seu empenho em provar a independência da sua substância, cuja essência ou natureza é apenas o pensamento.
Para pensar, meu caro Descartes, suponho que usa a linguagem verbal (não pode de todo ser de representações de objectos externos pois no seu método abstraiamo-nos de todos os sentidos, logo nunca teríamos tido conhecimento de algum mundo exterior a nós: res exclusivamente cogitans). Vamos focar-nos na acção do “Pensar” que, para si, é sem dúvida uma prova irrefutável de que “existe”. Ora, para conseguir pensar teve de recorrer a conhecimentos anteriores tais como a linguagem verbal que lhe permite, de seguida, formular os seus próprios pensamentos. Se formos por este raciocínio, eu estaria a anteceder a necessidade de Conhecer ao Conseguir Pensar. (Discorda? Tente pensar sem usar matérias de conhecimento tais como as que mencionei anteriormente).
Bem... prosseguindo, o conhecimento da língua vai-nos sendo ensinado através de emissão de sons, que vamos intuitivamente tentar repetir e por este processo, começar a adquirir conhecimento. É com base neste conhecimento adquirido que vamos começar a pensar. E depois (bem depois) podemos fazer o que fez: duvidar de tudo, porque já teremos conhecimento suficiente para duvidar já que teríamos a capacidade de pensar em tal. Critica a validade dos sentidos para nos fornecer conhecimento verdadeiro, mas Descartes, se conseguiu pensar, e de seguida, duvidar de tudo, foi graças ao conhecimento adquirido pela sensibilidade (res extensa).
Aí está a demonstração de como a res cogitans "precisa" da res extensa para Ser.
Argumento: Para pensar usa-se conhecimento, como o da linguagem verbal, que foi "obtido" através da sensibilidade, o que prova a dependência da res cogitans perante a res extensa.
Mélanie Conceição (11ºC)