Por um lado somos seres racionais cheios de competências que nos fazem
dominar o mundo, por outro somos de uma fragilidade que nos deixa imersos num
universo de incertezas e dúvidas. Podemos criar máquinas e fórmulas capazes de nos
substituir nas funções que menos queremos realizar, mas não conseguimos ainda controlar
o grupo de problemas que essa nova realidade nos apresenta.
A tecnologia apresenta-se ambivalente pois se por um lado liberta o homem
de determinadas funções, por outro submete a sociedade a lógicas quantitativas a
precisarem de ser reflectidas de forma profunda.
Podemos imaginar o futuro como um universo de manipulações, desde a
manipulação genética à manipulação da actividade simbólica. Estamos na era da
fusão entre o Homem e os elementos cibernéticos permitindo-nos viver com vantagens
e riscos a cada dia.
A definição de homem, tal como foi classicamente concebida é agora colocada
em dúvida. A capacidade moral e ética é atingida, sendo-nos cada vez mais
difícil decidir o que é correcto ou o que está errado. Os nossos valores e
juízos éticos são abalados atingindo a nossa capacidade de raciocinar.
As evoluções na tecnociência têm sido encaradas como actos violentos,
inumanos, anti-naturais. Se por um lado a manipulação simbólica é aceite,
considerada legítima e moralmente válida, por outro alguma intervenção maior,
por exemplo ao nível da genética, é considerada impensável e diabólica; “o
problema não é especializar, mas o especialista generalizar” - ou seja, com todas estas mudanças e exigências
todos nós temos de ter um pouco de conhecimento em todas as áreas.
Assim cabe-nos, como aprendizes, a reflexão sobre este tema.