Valores vitais - breve olhar da filosofia contemporânea

"Valores vitais ou da vida. São aqueles valores de que é portadora a vida, no sentido naturalista desta palavra, isto é, Bios. Cabem aqui o vigor vital, a força, a saúde, etc. Como se sabe, foram estes os valores que Nietzsche reputou os mais elevados de todos na sua escala axiológica, como os únicos mesmo. E ao que se chama biologismo ético ou naturalismo." in paginasdefilosofia.blogspot.com
Segundo Nietzsche, a sociedade está "impedida de pensar. Para existir liberdade, o Homem tem que "matar Deus", livrar-se do racionalismo helénico!
Nietzsche quer destruir o racionalismo e a moral. A arte, pela sua natureza, é o lugar onde o homem se despe dos preconceitos pois o lado racional e moral ficam em segundo plano ou até desaparecem. Com isto acaba por propôr que se acabe com a filosofia ocidental, racional e marcada pela religião, destruindo a "verdadeira" natureza humana.
Como solução aponta ao Homem os valores vitais contra os valores morais. Estes últimos, diz, "enfraquecem o homem, não o deixam distinguir o que verdadeiramente é". A necessidade da morte de Deus exige-a para permitir o nascimento da vontade de poder. Mesmo que essa vontade surja como irracional, cada um escolhe o seu destino e deixa nascer em si o "super-homem". O super-homem encarna a capacidade de se ultrapassar a si próprio, ultrapassar a cultura de matriz grega - é um renascimento de si próprio. É a exaltação da vida pela vida! Em última análise, o sentido do homem é o próprio homem!
Lido assim, Nietzsche surge como um deus para uns e como um perigo, para outros. Ao contextualizarmos o autor e a época poderemos falar de Nietzsche como um mestre da estética, da metáfora, da ironia; como um crítico mordaz, como alguém que entendeu a filosofia como um protesto contra todas as servidões, demolidor das teorias escravizantes, comprometido com a mudança toma-se de linguagem excessiva com facilidade, cheio de força na busca do sentido que o ocidente foi perdendo pelo caminho... Como ele diz ironizando, tudo ficou "humano, demasiado humano!". A sua filosofia torna-se irracionalidade com a noção do homem se superar a si próprio de forma ilimitada! Ao nascer do super-homem o bem transmuta-se em poder, em força, em coragem de guerreiro sem piedade! O homem fica ali perdido no meio: "entre o animal e o super-homem"...
Loucura? Como diz Nietzsche num quase auto retrato quando fala de Zaratustra: "animal astuto, rasteiro, que mente voluntariamente".
F.Lopes