Texto argumentativo - Anna Lavrenko

“Cada vez mais se perdem os valores”… será que algum dia existiram?

Muitos desapareciam a geração actual, apontam mil e um defeitos, no entanto já pararam para pensar de quem é que nós somos fruto?
É apontado o dedo aos jovens pela perda de valores pela maior importância que estes dão ao bens materiais, pela rivalidade criada, pelo egoísmo...Ora bem isto tudo é o resultado do trabalho anterior, somos aquilo que de nós querem e fazem. Podia escrever um texto de centenas de páginas que não seria suficiente mas pelo menos alguns exemplos exponho: no sistema educativo querem fabricar pessoas estandardizadas para competirem no futuro, este que por sua vez exige dos alunos um sacrifício individual nos seus estudos e vem nos acusar de egoísmo? São os nossos “superiores” que nos ditam as regras, somos avaliados por um modelo padrão que limita a exposição da criatividade e da sabedoria de cada um, pois enquanto uns percebem, outros somente engolem a matéria e a despejam. Muita teoria nos passam mas então e o desenvolver da capacidade prática fica em que parte deste sistema de educação? E o futuro que nos preparam não dá a mínima de hipótese de ter uma atitude a pensar na colectividade, para além de tudo ser incerto temos a obrigação de lutar cada um por si para chegar a algum lado. É isto que a geração passada nos deixa e exige de nós. Comparam as relações dos professores actuais com as de antigamente, não podem esquecer que medo é diferente de respeito. Falam de exageros da liberdade, de não haver controlo do que se diz e não será por esta ter sido tirada durante tanto tempo que agora surge desta forma?
Vivemos numa geração tecnologicamente evoluída, é certo que a mecanização e o progresso tecnológico trazem muitas valias que nem são discutíveis. Aposta-se na inovação para desenvolver as sociedades e um dos entraves são as pessoas das gerações passadas que ainda se guiam a base de preconceitos. Pessoas que não querem adquirir informação pois acham-se sabedores de tudo. Actualmente, todos nós jovens aprendemos e desenvolvemos as nossas capacidades para lidar com informática. Em vez de atirarem críticas deviam agradecer esta toda evolução que ainda vos contém vivos no mundo.
Somos fruto de uma geração de abusos, geração que punha em prioridade a satisfação de prazeres. A geração que abusou do consumo de drogas e álcool, a tal geração que é o nosso exemplo. Agora lembram-se das consequências que tudo isso trouxe, tentam escondê-las ou talvez adiá-las com tratamentos corporais, horas de malho no ginásio. São este tipo de indivíduos que nos criam e sem moral nenhuma nos apontam o dedo. Não se pode esquecer, ninguém nasce ensinado, guiamo-nos pelo exemplo que nos é dado. Somos o resultado do que de nós fazem.

Anna Lavrenko