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Nenhum dos 149 alunos do 8º ano que se autopropuseram aos exames nacionais “concluiu o ensino básico por esta via”, informou hoje o Ministério da Educação.
Este ano, a título excepcional, os estudantes com 15 anos ou mais que chumbaram de novo no 8.º foram autorizados pelo Ministério a propor-se aos exames de Língua Portuguesa e de Matemática do 9.º, para tentarem concluir o 3.º ciclo e escapar assim ao novo limite da escolaridade obrigatória que já os abrangerá no próximo ano lectivo.
Para poderem concluir o 3º ciclo, e ficarem assim isentos da obrigação da permanecerem na escola até aos 18 anos, estes alunos teriam também que fazer exames de frequência a todas outras nove disciplinas curriculares do 9.º ano. Estas provas são realizadas a nível de escola. Segundo o Ministério da Educação, alguns obtiveram notas positivas nos exames de Língua Portuguesa e Matemática, mas apesar disso nenhum acabou por conseguir concluir o 9.ºano.
Estes alunos fizeram os exames na 2.ª chamada, que no 9.º ano tem um carácter excepcional. Podem também recorrer a esta leva os estudantes que, por razões de saúde, tenham faltado à primeira chamada. O número de provas correspondeu a 0,5 por cento dos quase 90 mil inscritos para os exames nacionais do 9.º ano.
Da primeira para a segunda chamada a média dos exames desceu de 56 para 46 por cento a Língua Portuguesa e de 50 para 28 por cento a Matemática.
No ensino secundário realizou-se hoje a prova da segunda fase de Biologia e Geologia, uma das quatro disciplinas mais concorridas. Compareceram no exame 74,2 por cento dos 34210 inscritos. Na primeira fase realizaram a prova 38949 alunos. A média total de exame foi de 9,6. Esta classificação está muito abaixo dos 14 de média com que os alunos internos foram a exame. O Ministério teme explicado estas diferenças com as classificações obtidas na prova pelos alunos que se autopropõem a exames. Estes estudantes já não estão a frequentar as aulas e, em muitos casos, foram chumbados pelos seus professores. Mas no exame de Biologia e geologia a sua média foi de 9,1, enquanto a dos alunos internos foi de 9,6.
Com a excepção de 2008, a média nesta disciplina tem-se mantido abaixo de 10 desde há quatro anos. Uma razão possível para estes maus resultados, segundo João Oliveira, da Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia: “Estes exames requerem da parte dos alunos um exercício crítico para o qual não estão treinados".
Só amanhã é que esta associação divulgará o seu parecer sobre a prova da segunda fase.