Breve apontamento da história da argumentação

A Argumentação faz parte da Retórica, disciplina considerada, desde a Antiguidade Clássica, como a «arte de bem falar» e de levar os outros a aderir aos nossos objectivos e às nossas razões. Na Grécia Antiga, Aristóteles produziu um tratado sobre a retórica e, em Roma, Cícero e Quintiliano postularam os princípios fundamentais desta arte de bem convencer que deviam ser seguidos por juristas e políticos.
Durante largos séculos, a Retórica foi considerada apenas tendo em vista a exposição oral de argumentos e a sua discussão, particularmente ligada à oratória forense e religiosa.
Mantendo-se até ao século XIX como disciplina básica nos estudos preparatórios e universitários, a Retórica desempenhou papel fundamental na difusão dos princípios do Cristianismo e na catequização dos povos.
Ainda no século XVIII, o discurso político reassume papel fundamental na orientação das massas populares e todas as tentativas que se fazem muitas vezes na praça pública e, mais tarde, nos parlamentos, para persuadir os cidadão a prosseguirem determinado caminho, relevam de uma argumentação bem conseguida, segundo as antigas regras da Retórica.
Nos nossos dias, o discurso argumentativo assume com frequência a forma escrita em ensaios, teses, editoriais, artigos de fundo e de opinião, cartas, opúsculos e manifestos, textos publicitários, onde a «arte de bem discorrer» de forma a convencer o leitor é praticada diariamente. Nos parlamentos, nos debates políticos, nas mesas redondas, nas campanhas eleitorais permanece a tradição de apresentação oral de ideias organizadas e fundamentadas, que se discutem, tendo em vista convencer o público da legitimidade de determinadas propostas.
adaptado a partir de becre.dpedrov.edu.pt