
Que tipo de coisas discutem os filósofos (...)? Muitas vezes examinam
crenças que quase toda agente aceita acriticamente a maior parte do tempo.
Ocupam-se de questões relacionadas com oque podemos chamar vagamente ‘o sentido
da vida’: questões acerca da religião, do bem e do mal, da política, da
natureza do mundo exterior, da mente, da ciência, da arte e de muitos outros
assuntos. Por exemplo, muitas pessoas vivem as suas vidas sem questionarem as
suas crenças fundamentais, tais como a crença de que não se deve matar. Mas por
que razão não se deve matar? Que justificação existe para dizer que não se deve
matar? Não se deve matar em nenhuma circunstância? E, afinal, que quer dizer a
palavra ‘dever’? Estas são questões filosóficas.
Ao examinarmos as nossas crenças muitas delas revelam fundamentos firmes;
mas algumas não. O estudo da filosofia não só nos ajuda a pensar claramente
sobre os nossos preconceitos,como ajuda a clarificar de forma precisa aquilo em
que acreditamos. Ao longo desse processo desenvolve-se uma capacidade para
argumentar de forma coerente sobre um vasto leque de temas – uma capacidade
muito útil que pode ser aplicada em muitas áreas.»
Nigel Warburton, Elementos básicos de filosofia, Gradiva, págs. 19-21.