Educarmo-nos

Caminhamos num “faz de conta” onde vivemos a vida isolando-nos dos acontecimentos como se não fizéssemos parte deles.
Falso, pois tudo está ligado, reflexo das acções e atitudes para com os outros!
Educar é o caminho.
Enquanto não quebrarmos a dicotomia “instrução – educação” não vamos conseguir nada.
Isto é Escola.
O respeito, a conduta, a postura, a solidariedade e o afecto… bem como a firmeza, a disciplina, o rigor e a exigência, nem sempre estão presentes em nós: muitas vezes vivemos com a “verdade do que aprendemos com nossos pais, na nossa família, no nosso tempo, sem ter em conta que há mais a aprender, os pais não são os nossos, a família é outra e o tempo não é o mesmo… sejamos realistas… porque nos portamos como se fosse?
Redescobrir a escola.
Queremos enganar a quem? A nós mesmos, certamente! O confronto, a acidez das trocas de palavras e olhares, a arrogância, a indiferença começam não com uma parte… começam com o momento da “resposta” ou seja o momento da relação. E nós somos uma das partes da relação.
Reconstruirmo-nos enquanto pedagogos.
Somos livres ao estabelecer as relações que queremos mas não podemos esquecer que somos responsáveis pelas nossas acções e portanto pelo trato que damos uns aos outros.
Reaprendermos a cidadania
Sabemos que grande parte da origem dos problemas na escola (a maior parte) está lá fora… nas famílias, na sociedade, nas políticas… E protestamos contra tudo isso e muito bem… mas sabemos que não é por aí que mudamos as coisas… e portanto não vai ser por nos darem “mais autoridade” ou estatutos de alunos e professores que as coisas vão substancialmente ser alteradas… São instrumentos ao nosso dispor … antes de tudo temos que perceber que acusar o “mundo”, os outros, é também desresponsabilizarmo-nos e isso é o mesmo que dizer que não somos suficientemente capazes de enfrentar os tempos que correm.
F. Lopes