Educação e Família

Os mais novos aprendem com os mais velhos... 
Mas afinal, que motivações estão realmente por detrás da necessidade e da vontade de promover uma educação para a cidadania, nomeadamente no meio escolar? 
Os sinais de crise - alguns falam já em crise civilizacional (Cfr. a recente Nota da Conferência Episcopal Portuguesa de 26 de Abril último, intitulada 'Crise de sociedade - crise de civilização') - que levemente refiro e que testemunham bem o fracasso da aprendizagem da cidadania na sua forma actual, impondo um balanço sério sobre as formas adoptadas para essa aprendizagem, nomeadamente na escola. 
Não é, por isso, de estranhar que a escola se mostre entre os mais preocupados com esta temática. Isto por dois motivos essenciais. 
Primeiro, a escola parece esforçar-se por colmatar o vazio aberto pelo já referido "eclipse progressivo" da família nesta matéria. De facto a família / os pais têm vindo a desistir das suas responsabilidades para com os mais novos, renunciam à transmissão do muito ou pouco que sabem em favor de um ensino supostamente científico, deixam de se encontrar com os mais novos na esfera da partilha de tarefas e responsabilidades sociais e cívicas, desistem da tarefa de formar a consciência cívica das crianças, abandonando-as aos professores... 
Segundo, a escola deve estabelecer os parâmetros da relação entre o sujeito e os outros, suscitando a aprendizagem de valores, normas e regras de conduta com vista à inserção dos alunos na vida comunitária. Suscitando a aprendizagem e, também e sobretudo, a vivência... De facto, a escola deveria, toda ela, constituir uma comunidade capaz de reproduzir as condições da vida social e onde o aluno aprenderia a viver em sociedade...vivendo. Assim, a escola estaria a desempenhar uma parte importante do seu papel educador, ou seja, estaria a contribuir para a inserção plena dos indivíduos na sociedade.
José Pedro da Costa Matos in http://cfppa.prof2000.pt