Os três princípios lógicos (lógica bivalente)

Na linguagem natural, e em particular na poesia, não se reduz a realidade a uma lógica de dois valores; trata-se de uma lógica polivalente (vários valores). O poeta pode afirmar que uma coisa é e não é ao mesmo tempo (“amor, é ferida que dói e não se sente”), para transmitir uma determinada sensação. Isto não faz sentido à luz da lógica que estamos a estudar.
Vamos pois falar de um lógica bivalente (admite apenas dois valores), em que algo que se afirma, ou é verdadeiro ou falso.
O Princípio da Identidade, enuncia que uma coisa é o que é: o que é, é; o que não é, não é.
O Princípio da Não Contradição enuncia que uma coisa não pode ser e não ser. Algo não pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo. (chamo a atenção para o operador de linguagem “e”; trata-se de somar, coexistir.
O Princípio do Terceiro Excluído enuncia que uma coisa ou é ou não é, não havendo uma terceira hipótese. Assim sendo, uma proposição ou é verdadeira ou falsa, não há uma terceira hipótese a contemplar. Chamo a atenção para o operador linguístico “ou ... ou”; exclui-se claramente uma terceira hipótese que passaria ou pela coexistência dos dois (já resolvido no segundo princípio ou por um novo valor para lá do "V" e do "F", pois nesta lógica só podemos admitir os valores “verdadeiro” (1) e “falso” (0).
Os princípios que enunciámos complementam-se e são solidários, isto é, cada um completa os outros dois e não faz sentido sem eles.
F.Lopes