A incomensurabilidade dos paradigmas - T. Khun


Kuhn escreve o seguinte no seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas:
«Levados por um paradigma novo, os cientistas adoptam novos instrumentos e olham para novos lugares. Ainda mais importante, durante as revoluções, os cientistas vêem coisas novas e diferentes, mesmo olhando com os instrumentos do costume para os lugares para onde antes já olhavam. É um pouco como se a comunidade profissional tivesse sido transportada para outro planeta onde os objectos familiares são vistos sob uma luz diferente e aos quais se juntam também outros novos. [...]O que no mundo do cientista era um pato antes da revolução passou a ser um coelho depois dela.»
Se for verdade que, como defende Kuhn e a passagem anterior reforça, os paradigmas são incomensuráveis, então é incorrecto afirmar que...
a)... o novo paradigma resolve as anomalias do paradigma anterior;
b)... o novo paradigma é mais abrangente do que o anterior;
c)... o novo paradigma é melhor do que o anterior;
d)... há paradigmas que explicam melhor do que outros aquilo que é observado.
Porquê? Porque em qualquer destes casos se estaria a comparar a capacidade de os paradigmas responderem aos mesmos problemas. Ora, esse tipo de comparação é incompatível com a ideia de incomensurabilidade.
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