No poluído rio do pensamento,
espaço sem estrelas
seco e desgrenhado,
mergulham urubus
procurando despojos de ilusões.
longos, dormentes, os dias existem
queimados pelo tédio de existirem
no lodo dos sentidos.
Silêncio apavorado só de o ser,
vítima desta espera de abandono,
tempo de horas calcinadas
a cada instante do futuro sepultadas.
António Sales
espaço sem estrelas
seco e desgrenhado,
mergulham urubus
procurando despojos de ilusões.
longos, dormentes, os dias existem
queimados pelo tédio de existirem
no lodo dos sentidos.
Silêncio apavorado só de o ser,
vítima desta espera de abandono,
tempo de horas calcinadas
a cada instante do futuro sepultadas.