e como será que o sono demora no corpo das mulheres e pode se ajeitar entre o ventre e a virilha
e como será que a música que é gravada permanece no silêncio anos?
e como será que os seios ignoram o resto do corpo e vivem a mesma vida do resto do corpo, enfeite, punhal, precisa beleza na morte da madrugada onde o corpo não dorme
e como será que o cavalo negro acolhe a presença da lua na límpida noite e, ao chegar da manhã, acolhe a presença da moça nua que será reflectida nos seus olhos maior que a manhã
e como será que a música que é gravada permanece no silêncio anos?
e como será que os seios ignoram o resto do corpo e vivem a mesma vida do resto do corpo, enfeite, punhal, precisa beleza na morte da madrugada onde o corpo não dorme
e como será que o cavalo negro acolhe a presença da lua na límpida noite e, ao chegar da manhã, acolhe a presença da moça nua que será reflectida nos seus olhos maior que a manhã
e como será que a manhã acolhe em seu puro ventre os seus irmãos rios?
e como será que a terra sabe guardar silêncio sobre a morte
e como será que as cobras se encontram nas florestas
e como será que o homem vive sem abraçar o dia e o viandante — irmão do dia?
Mudo, mundo.
Cego, homem.
e como será que a terra sabe guardar silêncio sobre a morte
e como será que as cobras se encontram nas florestas
e como será que o homem vive sem abraçar o dia e o viandante — irmão do dia?
Mudo, mundo.
Cego, homem.
José Godoy Garcia, in 'Araguaia Mansidão'