Os princípios lógicos

Ao pensamento exige-se sempre que seja coerente, autoconsistente, não contraditório.
Terá, para tal de satisfazer determinadas condições que se apresentam, para todo o pensamento, como critérios de racionalidade ou (é outra forma de dizer a mesma coisa) como leis supremas do pensamento ou leis lógicas fundamentais.
Tais leis são os princípios lógicos que se nos apresentam, ao mesmo tempo, como leis do pensamento e do discurso e como tendo um alcance ontológico enquanto referindo-se à natureza última da realidade e do ser.
São três os princípios lógicos:

Princípio de Identidade:
Formulação ontológica: o ser é, o não ser não é; Toda a coisa é idêntica a si mesma; O que é, é; o que não é, não é.
Formulação lógica: todo o A é A ; A=A
A pode designar qualquer objeto lógico (indivíduo, conceito, classe, proposição, raciocínio); o seu sentido lógico é o de que, uma vez definido de certa maneira um determinado conceito, essa definição deve permanecer constante ao longo do mesmo raciocínio; do mesmo modo, atribuído um significado a uma proposição, o mesmo deve manter-se constante ao longo do discurso.

Princípio de Não-Contradição:
Formulação ontológica: "É impossível que o mesmo atributo pertença e não pertença, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspeto, ao mesmo sujeito"; "A mesma coisa não pode, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspeto, ser e não ser"; "É impossível simultaneamente ser e não ser".
-Formulação lógica: -"é impossível que a afirmação e a negação sejam verdadeiras ao mesmo tempo"; "proposições contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo"; "é impossível afirmar e negar ao mesmo tempo"; "nada pode ser A e não A"

Princípio do Terceiro Excluído.
Formulação ontológica: -"uma coisa deve ser, ou então não ser, não há terceira possibilidade";
Formulação lógica: -"uma proposição é verdadeira ou falsa, não há terceira possibilidade"
NOTA: Na lógica bivalente (ou binária), que só admite como valores lógicos o verdadeiro e o falso, os três princípios são entre si estreitamente solidários. Nas lógicas polivalentes (por exemplo, na lógica probabilística), os princípios de identidade e de não-contradição dissociam-se do princípio do terceiro excluído (que deixa de ser aplicado).
Em qualquer dos casos, são os princípios lógicos a garantia da operacionalidade do pensamento, organizando-o de forma coerente e impedindo-o de se contradizer. 
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