Falácias (introdução)

Analisaremos neste ponto somente as falácias de índole não-formal, em virtude das mesmas serem as que, com mais frequência, ocorrem no nosso discurso: 
Falácia baseada na pressão e na ameaça
Quando se expressa um raciocínio de forma a convencer o auditório que o ponto de vista nele defendido é o único a ter em conta, pois, caso contrário, algo de lamentável poderia suceder a todos os que não seguissem a opinião manifestada. A ameaça ou pressão psicológica acaba por se tornar por demais evidente.
Exemplo: as promoções na minha empresa sou eu que as decido e quem se manifestar contra será imediatamente despedido. Há alguém que discorde das minhas palavras?
Falácia baseada na emoção
Trata-se daquele tipo de falácias que procura anestesiar o sentido crítico e racional do ouvinte, acicatando dessa forma a dimensão emotiva e passional do seu comportamento. Por outras palavras, quando alguém age, interpreta e actua, não em função de uma análise racional e isenta, mas em função de um quadro ou de uma descrição baseada no sentimento, dizemos que agiu em função deste raciocínio falacioso
Exemplo: este sumo com tomate deve ser espectacular, porque se não o fosse, aquela sedutora modelo nunca teria feito a sua apresentação. 
Falácia baseada no ataque pessoal
Quando alguém pretende refutar um determinado argumento e que, em vez de demonstrar a respectiva contradição, decide atacar a credibilidade e a honorabilidade do seu autor. Com efeito, o ataque pessoal substitui a análise do argumento e, dessa forma, procura-se minar a sustentabilidade do argumento em virtude dos traços pessoais ou comportamentais do seu autor.
Exemplo: O raciocínio do Felisberto, a respeito do sistema educativo, não tem fundamento nenhum porque ele é defensor do aborto; pudera, essa perspectiva sobre a Constituição Europeia não é manifestamente aconselhável em virtude de ter vindo de um sportinguista. 
Falácia baseada na falsa autoridade
Determinados raciocínios procuram impor-se a um dado auditório, procurando moldar-lhe a atitude sobre uma determinada matéria. No entanto, esses raciocínios que se socorrem de figuras de grande prestígio, numa área específica, servem-se dessa reconhecida autoridade, para persuadir as pessoas a adoptarem uma dada postura a respeito dos mais variados assuntos. Por outras palavras, procede-se a uma transferência ilegítima em termos de autoridade.
Exemplo: O Figo, um dos melhores jogadores de futebol, bebe Coca-cola. Logo, para ser bom jogador devo beber Coca-Cola. O Tiago, jogador do SLB, faz as suas compras no Continente. Logo, é lá que vou fazer as minhas compras.
in prof2000.pt