"O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protector e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda."
Leonardo Boff
A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural... Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político... Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa que uma moral é um fenómeno social particular que não tem compromisso com a universalidade, com o que é válido, de direito e justo para todos os homens. Excepto quando atacada: justifica-se dizendo-se universal, supostamente válida para todos. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe, e essa forma é o que designamos por ética.
A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teórica. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a acção, historicamente produzidos, cujo objectivo é regular as acções humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo a que a sociedade possa tornar-se cada vez mais humana. A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude perante vida quotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos acrílicos da moral vigente. Mas a ética (tal como a moral) não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética move-se, amplia-se e adensa-se historicamente. Para entendermos como isso acontece na História da humanidade, basta lembrarmo-nos que, um dia, a escravidão foi considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a acção moral procura uma compreensão e uma justificação crítica universal, enquanto que a ética exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para a reforçar ou transformar.
A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teórica. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a acção, historicamente produzidos, cujo objectivo é regular as acções humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo a que a sociedade possa tornar-se cada vez mais humana. A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude perante vida quotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos acrílicos da moral vigente. Mas a ética (tal como a moral) não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética move-se, amplia-se e adensa-se historicamente. Para entendermos como isso acontece na História da humanidade, basta lembrarmo-nos que, um dia, a escravidão foi considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a acção moral procura uma compreensão e uma justificação crítica universal, enquanto que a ética exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para a reforçar ou transformar.
José Palma Ramosin ipt.pt