Ética e cidadania

As instituições sociais e políticas têm uma história. É impossível não se reconhecer o seu desenvolvimento e o seu progresso em muitos aspectos, pelo menos do ponto de vista formal. Consideremos, por exemplo, o caso do Brasil: a escravidão era legal até há 120 anos atrás; as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há 12 anos. Chamamos isso de ampliação da cidadania.
Mas há direitos formais (civis, políticos e sociais) que nem sempre se realizam como direitos reais. A cidadania nem sempre é uma realidade efectiva, nem para todos. A efectivação da cidadania e a consciência colectiva dessa condição são indicadores do desenvolvimento moral e ético de uma sociedade.
Para a ética não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e de direitos definidos nas Constituições. O desafio ético para uma Nação é o de universalizar os direitos reais, permitindo a todos uma cidadania plena, quotidiana e activa.
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