Parece simples mas não é.

Aceitei um desafio interessante: pensar na morte como parte da vida. O assunto é complexo. O processo intelectual e emocional também não é simples. O efeito que um exercício destes traz é imensamente gratificante. Não consigo, nem posso, reproduzir numa crónica, as ideias que fluem, os sentimentos que emergem, a coragem que tem de se ter para olhar para si próprio e questionar a sua própria morte, recordando os nossos mortos e vivendo os nossos vivos.
Agradeço a mim mesma ter tido a coragem de fazer um percurso de várias sessões. E fi-lo porque em inúmeras ocasiões ouvi do Imame Ismailita que devemos caminhar na vida lembrando-nos sempre que a vida é efémera e que só a alma é eterna; que devemos viver como se fossemos morrer amanhã; e trabalhar como se fossemos viver mais de 100 anos.
Um dos exercícios que se revelou importantíssimo na forma como quero viver foi o de imaginar que me é dito que tenho apenas mais um ano de vida. Aceitando esta como verdade incontornável, três questões se levantam:
1) o que deixo de fazer na minha vida?
2) o que continuo?
E 3) o que mudo?
Parece simples o exercício, mas não é. Pelo menos, para mim.
O meu desafio hoje é o de sugerir que o/a leitor/a pense sobre estas questões e responda, por escrito, às três questões, pela ordem acima apresentada, e a uma de cada vez.
Quando tiver terminado o exercício pense que efectivamente só tem um ano de vida e que, na realidade, o que importa mesmo para sermos felizes, é fazer dessas repostas o caminho para o resto do tempo que temos.
Depois, se lhe apetecer, partilhe ideias. Aprendemos sempre uns com os outros.

Faranaz Keshavjee in expresso.sapo.pt