Vêm aí tutores. O que são?

O fim ensino vocacional no básico e a criação de tutorias.
Mas como vai afinal funcionar este sistema?
Primeiro é preciso perceber a quem se destinam estas tutorias. A resposta é simples: são para os alunos que aos 12 anos tenham uma ou mais retenções no seu percurso escolar. Até agora, estes estudantes eram encaminhados para os cursos do ensino vocacional, ou seja para cursos mais práticos e profissionalizantes. A ideia é que agora o seu percurso académico futuro não fique condicionado pelo facto de terem chumbado tão novos.
Para os ajudar, terão tutores. Mas o que são tutores? Serão professores que terão quatro horas por semana – fora do horário letivo –, com estes alunos em grupos de dez no máximo para lhes darem um acompanhamento próximo e ajudá-los não só a estudar melhor, mas a fazer opções sobre os cursos que vão frequentar ou dar aconselhamento em problemas de comportamento ou relação com outros professores e alunos.
“Será um apoio ao estudo, um apoio sócio-emocional, um apoio à relação com a escola”, resume o secretário de Estado da Educação, João Costa, explicando que estes docentes vão acabar por ser “o adulto de referência que muitas vezes não existe nas famílias”.
O programa inspirou-se num projeto que já está a ser desenvolvido na Holanda e que se chama “Too Young To Fail” (qualquer coisa como “demasiado novo para falhar) e baseia-se na ideia de que aos 12 anos é demasiado cedo para que o insucesso escolar determine o percurso pedagógico de um jovem.
As tutorias vão começar a funcionar já no próximo ano letivo, altura em que não vão abrir mais turmas de início de ciclo nos cursos vocacionais. Os alunos que já frequentam esta oferta pedagógica vão poder conclui-la, mas a ideia é erradicar a via vocacional no básico. Cursos profissionais só no secundário.
Quem estiver nestas tutorias pode depois escolher um dos vários percursos pedagógicos que já existem e que podem ir da via regular de ensino a turmas com percursos alternativos ou cursos de educação e formação.
O Ministério da Educação explica que as horas que os professores tutores – que receberão formação para desempenhar a tarefa – usarem com estes alunos serão consideradas como parte da componente letiva do seu horário de trabalho. E o ministro admite mesmo que pode vir a ter de contratar mais docentes para garantir estas tutorias.
Ministro quer gastar mais com os que mais precisam
“Vamos gastar mais dinheiro com os alunos que mais precisam”, afirma Brandão Rodrigues que quer contraria a política dos cursos vocacionais “esses sim, feitos para poupar, porque eram muito mais baratos do que os da via regular”.
Pelas contas feitas na 5 de Outubro, o investimento máximo será de 15 milhões de euros. Mas esse valor só será atingido se for preciso contratar um número máximo de professores, coisa que não está garantida. Por um lado, é preciso saber quantos alunos terão uma ou mais retenções aos 12 anos no próximo ano letivo, por outro lado pode haver já docentes nas escolas que precisem de completar a sua componente letiva de horário de trabalho.
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